ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 13-8-2002.

 


Aos treze dias do mês de agosto de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e dezoito minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Troféu Honra ao Mérito ao Irmão Avelino Madalozzo, nos termos do Projeto de Resolução nº 031/02 (Processo nº 0201/02), de autoria do Vereador Aldacir Oliboni. Compuseram a MESA: o Vereador Carlos Alberto Garcia, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Irmão Norberto Rauch, Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; o Irmão Avelino Madalozzo, Homenageado; o Vereador Aldacir Oliboni, 3º Secretário da Casa. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Aldacir Oliboni, em nome das Bancadas do PTB, PC do B e PHS, discorreu sobre aspectos relativos à trajetória pessoal e profissional do Homenageado, destacando o caráter solidário do Irmão Avelino Madalozzo no desempenho de suas atividades educativas e assistenciais e justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a concessão do Troféu Honra ao Mérito ao Homenageado. A Vereadora Maristela Maffei, em nome da Bancada do PT, prestou sua homenagem ao Irmão Avelino Madalozzo, relembrando sua passagem pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC - RS, instituição na qual conheceu o Homenageado e apontando o significado da orientação pedagógica e espiritual, baseada em princípios cristãos, na formação de jovens. Também, enfatizou a dedicação de Sua Reverência à assistência aos menos favorecidos. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PSDB, enalteceu o aspecto integrador das atividades desenvolvidas pelo Irmão Avelino Madalozzo junto ao corpo discente da PUC - RS. Também, lembrou o entusiasmo demonstrado pelo Homenageado quando de sua participação em programa específico para a recepção de calouros no campus universitário e citou o gosto de Sua Reverência pela fotografia. O Vereador João Carlos Nedel, em nome das Bancadas do PPB e PDT, elogiou o Irmão Avelino Madalozzo por sua identificação com os ideais cristãos e maristas, ressaltando ser a prática da caridade uma de suas principais marcas. Também, chamou a atenção para a justeza da concessão do Troféu Honra ao Mérito ao Homenageado, exaltando o perfil de Sua Reverência como um exemplo de vida a ser seguido pelos jovens. Em seguida, o Senhor Presidente convidou o Vereador Aldacir Oliboni a proceder à entrega do Troféu Honra ao Mérito ao Irmão Avelino Madalozzo, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Troféu recebido. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou as seguintes presenças: do Suplente Mauro Zacher; do Irmão Antônio Cechin; dos Freis Fausto e Aquiles; do Senhor Francisco Camargo Neto, Diretor da Faculdade de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC - RS. Também, foi procedida à entrega de flores ao Homenageado. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e vinte e quatro minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Carlos Alberto Garcia e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Neste momento, damos início à Sessão Solene de concessão do Troféu Honra ao Mérito ao Irmão Avelino Madalozzo.

Compõem a Mesa o Ex.mo Sr. Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Irmão Norberto Rauch e o nosso Irmão homenageado Avelino Madalozzo.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

O Ver. Aldacir Oliboni, proponente desta Sessão Solene, está com a palavra e falará pelo PTB, PC do B e PHS.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Troféu Honra ao Mérito, instituído através da Resolução n.º 1427/99 e 1471/00 é conferido a pessoas que exerçam destacado papel nas áreas do conhecimento humano, traduz a gratidão dos porto-alegrenses àqueles que contribuem para a construção de uma cidade melhor, justa e acolhedora, atenta para socorrer seus necessitados. Por isso, esse prêmio adquire especial significado para a sociedade local, contempla o trabalho, o empenho, o esforço e a dedicação de pessoas de singular valor humano, pessoas que atribuem à vida um sentido diferenciado, qual seja, a solidariedade, a parceria, o respeito para com os outros e a promoção da dignidade da pessoa humana.

O Irmão Avelino Madalozzo é uma dessas pessoas diferentes, singulares que fazem de suas vidas um instrumento a serviço do bem comum, da luta por uma vida plena repleta de oportunidades para todos. Por isso estamos aqui reunidos nesta Sessão Solene homenageando o homem, o estudioso, o educador, o trabalhador abnegado, fazendo a entrega deste Troféu Honra e Mérito.

Nascido em 1928 no seio de uma família de classe média. Aos 7 anos de idade, iniciou seus estudos fundamentais no Instituto Sagrado Coração de Jesus em Antônio Prado, sua cidade natal. Aos 14 anos teve a sua primeira profissão religiosa, e aos 21 a emissão dos Votos Perpétuos, a consagração definitiva. Formado em Direito, Sociologia Pastoral, licenciado em Letras Clássicas, Orientação Educativa e Mestre em Educação, entre outros títulos obtidos em cursos na França e Itália. Tendo longa caminhada como professor em Uruguaiana, Lajeado, São Leopoldo, Bento Gonçalves, Farroupilha e Porto Alegre. Foi Diretor do Colégio Champagnat, na Capital; São Luiz, em São Leopoldo e Aparecida, em Bento Gonçalves. Foi Provincial de Caxias do Sul e Vice-Reitor da PUCRS. É Presidente da Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul; Conselheiro da FEBEM; Conselheiro e fundador do Comitê Gaúcho de Ação à Cidadania e coordenador do Projeto Solidariedade da PUC.

Ao longo das suas atividades intelectuais, por onde ocupou cargos, esse Irmão marista tem sido incansável no atendimento às demandas das comunidades que assiste. Na coordenação do Projeto Solidariedade da PUC, muitos funcionários da Universidade e do Hospital São Lucas puderam concluir o Ensino Fundamental e Médio dos quais ainda, hoje, alguns são alunos acadêmicos com expressiva ajuda do Projeto Solidariedade.

Também destacamos o apoio a entidades carentes, de modo especial ao Centro Marista Irmão Donato, localizado na Vila São Judas Tadeu, o qual vem recebendo alimentos, vestuários, apoio financeiro e orientação àquelas famílias carentes de atenção e de serviços. Essa característica sempre esteve presente nas ações desenvolvidas pelo Irmão Avelino.

Quando trabalhou em Uruguaiana como professor, atendia idosos no asilo local. Em Porto Alegre sempre visitou as vilas. Em Bento Gonçalves, não raro, ministrava suas aulas nas comunidades mais carentes visando a estimular seus alunos na prática e desenvolvimento de condutas solidárias. Quando esteve em Vacaria, atendia a Vila Porcínio Pinto além de apoiar os sindicatos rurais da diocese de Vacaria e Passo Fundo.

Foi um dos fundadores e primeiro diretor do Campus Aproximado da Vila Nossa Senhora de Fátima em Porto Alegre, com uma população de cerca de vinte mil pessoas. Em quatro ocasiões esteve na região do Alto Solimões, município de Benjamim Constant, em atividades de campo pelo Projeto Rondon.

Como professor sempre promoveu o despertar nos alunos a respeito das dificuldades sociais e de nosso País; sempre alertou acerca dos compromissos de todos para com os semelhantes, especialmente para a necessidade de ações coletivas, visando ao bem comum. O enfrentamento da pobreza, da miséria e da injustiça em prol da inclusão social, mas o Irmão Avelino foi muito mais além, chegou à vice-presidência da Cruz Vermelha, filial do Rio Grande do Sul, cargo que ocupou entre 1995 e 1998, e, após, foi guindado àquela presidência, cargo que até hoje ocupa.

A Cruz Vermelha tem ação voltada, notadamente, aos mais necessitados, especialmente àqueles que desenvolvem alguma forma de dependência química. O trabalho realizado por essa esplêndida entidade concentra os mais elevados conceitos de honra e mérito que se pode imaginar. Os quadros de que é composta somente agradecem às suas iniciativas e é justamente o Irmão Avelino Madalozzo que está à frente dessas ações.

Criou vários departamentos de atendimento ao público que necessita de apoio para o enfrentamento do combate aos vícios que atormentam esses dependentes, ao ponto de, eventualmente, inviabilizar até mesmo a sua própria vida.

Por meio desses departamentos, problemas específicos como o alcoolismo e uso de drogas ilícitas são debelados oportunizando melhores meios de vida para os dependentes dessas substâncias.

A atenção a terceira idade, a assistência social, drogadição e saúde em geral, a Cruz Vermelha, no Rio Grande do Sul, vem ampliando a sua atuação e atingindo um público cada dia maior. Com a qualificação dos seus conselheiros, a Cruz Vermelha, que é dirigida pelo Irmão Avelino vem atuando com denodo e, com isso, obtendo resultados como, por exemplo, a presidência do Conselho Municipal de Entorpecentes (COMEN), aproximando as entidades que militam nesse setor.

Através de seu empenho pessoal, o Irmão Avelino vem promovendo o crescimento da Cruz Vermelha em nosso meio e, com isso, a população tem obtido melhor atendimento, e a nossa comunidade pode dizer-se em pleno desenvolvimento social. Lembramos uma breve resposta do Irmão Avelino à indagação: por que o assunto droga está cada vez mais preocupando a todos? Dizia ele: “Não será por que o indivíduo perdeu o sentido da vida? A auto-estima é um fator importante na vida de qualquer um. O conhecimento e a aceitação de si próprio. O cultivo das habilidades e qualidades pessoais fazem com que a pessoa se entusiasme pela vida. Enfrente desafios. Supere dificuldades. Desenvolva espírito de solidariedade. Exerça ações de promoção social. Olhe o futuro com coragem, esperança e alegria. Importa que apontemos aos jovens aspectos positivos, exemplos de bravura, de auto-realização, de pessoas felizes.”

Senhoras e senhores, assim é o Irmão Avelino Madalozzo. Uma brava pessoa, um lutador, um homem de fé a serviço dos seus semelhantes. Disposto a vencer batalhas na busca do engrandecimento da pessoa, do resgate dos excluídos, da cura e recuperação dos acometidos de doenças estigmatizantes.

Precisamos reconhecer os valores de pessoas como Avelino Madalozzo, Irmão Marista, professor. Um ser humano na sua plenitude. É necessário reconhecer e prestigiar o seu trabalho como forma, ainda que singela, de estimular outros a ingressarem nessa luta.

Inspirados no propósito de homenagear o Irmão Avelino pelos próprios méritos e estimular a outros, quiçá de grandeza semelhante, a atuarem como o nosso homenageado, conduzindo suas vidas na busca do bem comum, da inclusão social, da valorização da pessoa humana, estamos aqui, neste momento solene, prestando nossas honras.

Irmão Avelino Madalozzo. Porto Alegre, através da Câmara Municipal, está em festa e com muita alegria. Sente-se orgulhosa em tê-lo junto a nós e creia, muito mais que homenageá-lo, hoje, nós queremos agradecer por tudo o que tens realizado pelo engrandecimento de nossa Cidade e pela defesa das pessoas mais necessitadas.

Que Deus abençoe a todos! Parabéns e muito obrigado! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra e falará pelo Partido dos Trabalhadores.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Estendo as minhas homenagens ao Irmão Cechin, há muito o conheço, é um dos meus orientadores, com certeza, da vida espiritual. Fui estudante da Universidade Católica do Rio Grande do Sul e ainda muito jovem estive naquele universo da nossa cidade, na PUC. Eu me sentia profundamente pequena pela amplitude do espaço geográfico, vinda do interior, sabemos que na Cidade em que vivemos nem sempre temos os melhores acolhimentos. Em meio a tantas pessoas, com certeza, muitos, como eu, encontraram e conheceram o olhar caridoso, paterno e espiritual do nosso homenageado. Eu me sinto muito familiarizada e à vontade em me dirigir ao Irmão nesta homenagem. Lembro-me de vários conflitos, quando ainda muito jovem no movimento estudantil, como coordenadora do CASTA, e o Irmão vinha lá para ser o interlocutor dos problemas que enfrentávamos e para, sentando junto com a direção e corpo estudantil, equacionar os problemas. Lembro-me disso com muito carinho e ternura, porque foste um orientador profundo no sentido de equacionar os problemas que enfrentávamos naquele momento. Naquela cidade institucional, encontrávamos as pessoas da cidade social, da cidade cristã, da cidade de uma orientação espiritual muito importante. E nessa cidade encontrávamos o nosso Irmão, e quem o conhecia fora daquele espaço não poderia sentir a dimensão e a importância da sua intervenção na sociedade. E nós o conhecemos lá dentro, e hoje o Ver. Oliboni, com muita propriedade, nos coloca essa dimensão em nível estadual, nos coloca o que significou o trabalho dos Irmãos Maristas. Não é por acaso que minha filha, hoje, é aluna dessa instituição. Por vezes, as pessoas me perguntavam o porquê de colocar uma filha com 6 anos na 1.ª série. Eu digo que, com a maior tranqüilidade, muito mais do que a questão pedagógica, está a questão da formação cristã. Então, tenho certeza de que, assim como fui acolhida naquela Casa, a minha filha também será acolhida e terá toda essa atenção espiritual e pedagógica. Com certeza, Irmão Avelino, o senhor teve muito a ver com isso.

Com muita dificuldade, a gente se forma, mas hoje, com muita alegria e com muito mais capacidade – ao ser uma Vereadora da cidade de Porto Alegre – digo que tivemos essa formação e com certeza o senhor teve muita influência. Por isso, quando a Bancada me perguntou se gostaria de fazer uma homenagem e quando soube para quem seria, senti-me profundamente feliz por poder homenageá-lo, junto com outros Vereadores, juntamente com a sua comunidade, com a sua família, com a sua congregação e através da feliz idéia do companheiro de Bancada, do Ver. Oliboni, que nos proporcionou este momento tão importante.

Os princípios da vida cristã são os princípios que regraram a sua vida, e, como homem de Deus, o senhor soube dignificar a sua orientação como pessoa humana e como orientador cristão com a afetividade que aquelas pessoas excluídas, empobrecidas do nosso sistema, mereciam. O senhor sempre foi uma pessoa que honrou e sempre deu a mão aos pequeninos, àqueles que mais precisam. Quando muitos viram as costas, outros, assim como o Irmão Avelino, com certeza muito dignificam a sua função, a sua vocação, a vocação cristã, que é a de estar ao lado principalmente daqueles que muito mais do que a questão da miséria, da fome, também têm a miséria espiritual. Essa caridade, esse benefício espiritual, essa aproximação de Deus com o homem, e que o senhor trouxe, traz e continua trazendo para cada pessoa que esteja próxima do senhor, e que nós louvaremos todo dia, não como algo que esteja longe da realidade, não apenas para orarmos, mas como uma ação concreta, porque muito mais do que o senhor ter boas intenções, o senhor e esses homens de boa vontade sempre foram pessoas que fizeram ações concretas para transformar a sociedade, e para transformar a sociedade precisa de muita coragem. Precisa-se realmente estar muito próximo de Deus para encarar as dificuldades. Isso nos honra, porque esses homens e mulheres de Deus é que realmente estão aqui na terra, construindo o verdadeiro reino dos céus.

Portanto, Irmão Avelino, sinto-me muito honrada, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, em homenageá-lo e em homenagear em seu nome todas essas pessoas de bem que têm essa intenção verdadeira. É dessa forma que nós, se não transformarmos toda a sociedade, temos essa intenção e essa revolução no coração, e o sentimento da vida religiosamente vivida.

Temos a honra de estar aqui, neste dia, celebrando junto com o senhor esta homenagem tão merecida. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra e falará pela Bancada do PSDB.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meus colegas professores, funcionários, companheiros de trabalho dentro da Universidade Católica do Rio Grande do Sul e através do meu Diretor, Prof. Jerônimo Braga, quero homenagear todos os senhores, saudar todos os companheiros. Mas, quero muito especialmente, na tarde de hoje, dirigir esta homenagem ao nosso querido Irmão Avelino Madalozzo fazendo eco especialmente ao Vereador proponente desta Sessão.

Aquilo que se ouviu aqui, dos Vereadores que me antecederam, certamente se conclui que a história do Irmão Avelino se confunde com a história da PUC e com a história dos Irmãos Maristas em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Não quero, no entanto, repetir os Vereadores que me antecederam. Quando o Irmão Mainard chegava aqui, um pouco antes do início da Sessão, logo depois da chuva, eu perguntei se ele havia se molhado muito. Ele disse: “Não, o carro me salvou.” Eu quero pegar esta carona também para acrescentar, se for possível, algumas coisas aos oradores que me antecederam. Conheço o Irmão Avelino há bastante tempo, por que quem não conhece o Irmão Avelino no Campus da PUC? Absolutamente é impossível passarmos ou estarmos no Campus da PUC e não conhecermos o Irmão Avelino, mas tive a oportunidade de durante dois ou três anos ter uma proximidade maior com o Irmão Avelino a partir do Projeto Reflexões, que é um projeto que a PUC desenvolve, todos vocês sabem, buscando repensar a nossa Universidade, e ali o Irmão Avelino foi uma presença muito importante, porque se ele não aparece muito quando estamos discutindo ou quando estamos conversando mais informalmente, depois, nos outros horários, o Irmão Avelino está sempre sugerindo alguma coisa, fazendo uma brincadeira num grupinho aqui ou num grupinho ali. Assim, ele vai mostrando gradualmente o porquê dessa função, dessa capacidade, hoje com os jovens, como lembrou a Vereadora; ontem, sobretudo com os excluídos sociais de um modo geral, mas sempre mantendo esse contato com todos que necessitam de um gesto ou de uma palavra amiga.

Ouvindo agora o relato do Ver. Aldacir Oliboni sobre as origens do Irmão Avelino, rapidamente ligando isso com as imagens de encontrar o Irmão Avelino no Campus da PUC, veio-me uma metáfora que explica bem a função e o papel que o Irmão Avelino desempenha entre todos nós: vejo o Irmão Avelino um pouco como na videira, e essa imagem vai-lhe dizer muito pela sua origem. Assim como a videira aparentemente, agora, parece morta, absolutamente excluída da nossa convivência, mas está absolutamente pujante de vida, ela tem uma seiva interna. O senhor funciona exatamente como essa seiva interna para todos nós, lá na PUC. O senhor aparentemente não está ali, não está lá, mas está em todo o lugar, está ali escondido, mas, de repente, nós vemos que é a sua influência que nos levou a tomar uma decisão ou a fazer alguma coisa.

Lembro-me, sobretudo, quando se começou a fazer a programação específica de recepção de calouros. O senhor foi, certamente, um dos mais entusiasmados, que eu me lembre, pelo menos, dos vários professores, nas diferentes reitorias, para pensar, exatamente, em como receber esses jovens. E, nesse sentido, me parece que essa função de alimentar, de provocar, de nos revigorar permanentemente – mesmo à distância, simplesmente olhando o Irmão Avelino – é realmente uma coisa fantástica que o senhor tem.

Agora, há um detalhe que alguns de nós sabemos, mas que, talvez o público que nos acompanha aqui e pela televisão não conhece, e eu queria, aqui, referir para que fique uma tentativa de retrato de corpo inteiro do Irmão Avelino: é o de fotógrafo. São provavelmente milhares de imagens que o Irmão Avelino vêm captando, guardando, nos mostrando, às vezes, como vimos durante os projetos e que é mais uma maneira de ele dizer: “Olhem, estou aqui, estou pegando essa coisa, estou puxando essa seiva de vários lugares, centralizando e redistribuindo.”

Eu, particularmente, que gosto muito de fotografia, a mim me toca muito isso, e, nesse sentido, Irmão Avelino, eu acho que esta homenagem é fundamental, porque, partindo de um Vereador que também é integrante da nossa Universidade e, na medida em que ela tem acolhida aqui na Casa, ela certamente ultrapassou o campus da PUC, ela se torna uma homenagem de toda a Cidade e muito provavelmente mais do que da cidade de Porto Alegre, porque se a Câmara de Vereadores representa a Cidade, na medida que a Câmara é composta de Vereadores que vieram de vários lugares, às vezes, fora do Rio Grande do Sul, mas muitos de cidades do interior – a maioria absoluta da Câmara de Porto Alegre é composta de Vereadores do interior do Estado – e, por isso, posso dizer que esta é uma homenagem, no mínimo, de todo o Estado do Rio Grande do Sul ao senhor.

Acho que cabe aqui referir, e permito-me ir além da minha chinela, mas penso que o Projeto Reflexões colocou a muitos de nós, leigos, nesse caminho. Ouvi, Irmão Avelino, nesses últimos dois anos, desse Projeto, muito sobre a vida marista, sobre a filosofia marista e acho que, sem dúvida nenhuma, nós todos temos, no senhor, um exemplo daquilo que sempre foi a idéia básica de Champagnat, traduzida depois na Ordem Marista.

Portanto, neste momento, no meu nome, como parte dessa família marista, como Professor da PUC, do que muito me honro, mas, como parte desta Cidade, como Vereador, aqui, há 20 anos, quero dizer que todos nós, Vereadores desta Cidade, direta ou indiretamente, lhe devemos muito, e nos somamos, portanto, obrigatoriamente, com muito orgulho, nesta homenagem proposta pelo Ver. Aldacir Oliboni, ampliada por todos nós e, agora, traduzida como uma proposta de uma homenagem da cidade de Porto Alegre.

Seja muito feliz entre nós e, sobretudo, continue nos ajudando como o senhor tem nos ajudado! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra pelas Bancadas do PPB e do PDT.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara de Vereadores em exercício, Ver. Carlos Alberto Garcia; Sr. homenageado, Irmão Avelino Madalozzo; Ex.mo Sr. Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Irmão Norberto Rauch; familiares do homenageado, irmãos: Frederico, Reinaldo e sua esposa; o sobrinho Nélson Menegucci; meus colegas de trabalho no SESI, quarenta anos atrás; Irmão Joaquim Clotê, Vice-Reitor da PUC; Irmão Elvo Clemente, a quem esta Câmara, em breve, fará a entrega do Prêmio Érico Veríssimo, por seu imenso trabalho em favor das Letras; meus caros Irmãos Maristas, sacerdotes, professores e amigos do homenageado Avelino Madalozzo.

Na primeira carta aos coríntios, no capítulo 13, São Paulo orientou os cristãos a aspirarem aos dons superiores, tais como o de curar, o de socorrer, o de governar e o de falar línguas.

E, na mesma oportunidade, indicou aquele que era o mais excelente de todos, a caridade, destacando o seu papel na plenificação dos demais dons.

Deixou-nos, então, um dos mais completos e esclarecedores conceitos sobre esse dom de Deus, conceito que se constituiu numa verdadeira exaltação à caridade, ao ensinar que:

A caridade é paciente. A caridade é bondosa.

Não tem inveja.

A caridade não é orgulhosa.

Não é arrogante, nem escandalosa.

Não busca os seus próprios interesses.

Não se irrita, não guarda rancor.

Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.

Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Assim é a caridade marista. Ver. Aldacir Oliboni, permita-me cumprimentá-lo por sua iniciativa em propor a homenagem que hoje prestamos ao Irmão Avelino Madalozzo, pois as considerações que acabo de fazer sobre a caridade me vieram, de pronto, quando tive a oportunidade de analisar, detalhadamente, sua Exposição de Motivos, justificando a proposição que fez.

O dom da vida por si só esplêndido como expressão do milagre que, a cada momento, Deus faz com que se renove, diante de cada um de nós, torna-se exponencial quando impregnado de caridade.

E é transbordante de caridade, entendida em seu mais amplo significado, que é o de amor ao próximo, que pude sentir a história e a vida, ainda que em resumo, do Irmão Avelino Madalozzo.

Pois é assim a vida desse homem, que, desde a mais tenra idade, dedicou ao próximo o que de melhor teve sempre em si, preparando-se árdua e exaustivamente, para fazer com que a fé e a justiça, que tanto enlevam a classe política, mas que são preceitos básicos do cristianismo, pudessem chegar, ainda que minimamente, por seu esforço até os mais simples e necessitados.

Receba, Irmão Avelino, este Troféu Honra ao Mérito que hoje esta Casa lhe outorga, com os cumprimentos da Bancada do Partido Progressista Brasileiro, Bancada essa da qual tenho a honra de compartilhar com os ilustres Vereadores João Antonio Dib, Pedro Américo Leal e Beto Moesch. Aliás, Irmão Avelino Madalozzo, o pai do Ver. Beto Moesch, o Guido Moesch, que está aqui, me pediu que eu lhe expressasse o seu mais efusivo abraço por este momento, pois eu sei que são amigos de longos e longos anos.

Receba este Troféu como uma homenagem do povo de Porto Alegre, que lhe agradece pelo exemplo que dá aos homens de boa-vontade e, de modo especial, aos jovens, hoje tão carentes de modelos adequados para orientá-los em sua vida.

Que Deus continue lhe abençoando! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Convidamos o Ver. Aldacir Oliboni a proceder à entrega do Troféu Honra ao Mérito ao Irmão Avelino Madalozzo.

 

(Procede-se à entrega do Troféu.)

 

Muito se falou nesta tarde do Irmão Avelino Madalozzo, mas agora gostaríamos de ouvi-lo.

O Irmão Avelino Madalozzo está com a palavra.

 

O SR. AVELINO MADALOZZO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com alegria e com emoção que eu dizia ao Ver. Antonio Hohlfeldt que ele me enterneceu, mas ao mesmo tempo me provocou, porque julgo que honra está sempre ligada também a ônus ou a compromisso.

Expresso minha gratidão imensa ao dinâmico Vereador desta Casa Aldacir Oliboni, proponente da homenagem e ao Plenário desta ilustre e honrada Casa que nos deram a oportunidade de nos reunirmos nesta tarde, para assim mostrarmos um pouquinho a face da fraternidade e solidariedade que, junto com tantos colegas e amigos, pudemos desenvolver em benefício da classe dos pobres e excluídos. É uma honra, sim, mas, acima de tudo, é o compromisso de continuar a trabalhar mais e melhor. Quero compartilhar esta homenagem com meus irmãos e parentes aqui presentes, Reinaldo e Frederico, suas esposas, todos os sobrinhos que também estão presentes e o Padre Elói, que está aqui presente também; com minha Congregação Marista, aqui representada, ao mesmo tempo, pelo Reitor da Universidade da PUC; com os coordenadores dos diversos órgãos da PUC; com os pró-reitores, diretores; com o Diretor do Campus Aproximado, Prof. José Francisco Bergamaschi; com a equipe coordenadora do Comitê Gaúcho de Ação da Cidadania; com os colegas do Conselho, da Diretoria da Cruz Vermelha Brasileira, filial Rio Grande do Sul; também com meus colegas da Faculdade de Direito, formados em 1958, que vejo diversos presentes a esta homenagem; com os Irmãos maristas da minha comunidade de Santo Tomás de Aquino. Na vida aprendi a ligar fé, vida cristã e vida religiosa. Quando me visto de cidadão, não consigo separar cidadania e vida religiosa, o que me dá a alegria de estar aqui na Câmara de Vereadores da mui leal e valerosa Porto Alegre recebendo esta homenagem, mas colocando-a de maneira solidária e coletiva com todas as pessoas que nomeei no início e todas as pessoas que aqui estão presentes nesta circunstância.

Devo confessar que, no início da minha missão de educador, no ano de 1946, e por isso que vocês vêem que não sou de hoje, nem de ontem, no Colégio Santana, de Uruguaiana, vinha-me à mente o objetivo da educação que São Marcelino Champagnat queria: formar bons cristãos e virtuosos cidadãos. Durante algum tempo, a formação dirigia-se mais especificamente ao aspecto intelectual, moral, técnico e religioso. A formação cívica e social era quase esquecida, ocupando pouco espaço e pouco interesse por vezes. Ora, como formar virtuosos cidadãos sem exercitar a cidadania? Daí por diante minha pedagogia teve mais objetividade e tive uma visão mais clara da educação integral que o fundador dos Irmãos Maristas São Marcelino queria dos professores da Escola Marista. Dediquei-me à leitura e à reflexão sobre os documentos sociais da Igreja, principalmente das encíclicas sociais, não vou nomeá-los, mas eu quero ainda acrescentar que aquilo que me guiou nessa mudança de mentalidade e de ação foi também a releitura da vida de São Marcelino Champagnat como também foram os documentos da CNBB, os documentos de vários sociólogos que nos apontavam realidades, e por que não dizer, também, o exemplo de colegas meus e de outras pessoas que realmente entregaram as suas vidas aos outros. Quero destacar a encíclica de João Paulo II, publicada em 1987, solicitudo rei socialis sobre a solidariedade que João Paulo II define assim: “A solidariedade é a determinação firme e perseverante de trabalhar para o bem comum, isto é, para o bem de todos e de cada um, porque todos somos verdadeiramente responsáveis por todos. É verdadeiramente solidário aquele que empenha tudo para o bem do próximo.” A solidariedade e a cidadania orientam o Comitê Gaúcho de Ação da Cidadania do qual eu pude fazer parte e ainda hoje faço parte. Também pode-se dizer que foi o espírito dos documentos sociais da Igreja e da orientação da nossa CNBB que orientaram muitas obras sociais da nossa congregação e da própria PUC.

A Cruz Vermelha tem nascimento em 1859, quando Jean Henry Dunat, na batalha de Solferino, ao contemplar os mortos e feridos gritou: “Fratelli”, e os que ali estavam puseram mãos à obra, ajudando os feridos e sepultando os mortos.

A Cruz Vermelha Brasileira, filiada ao Rio Grande do Sul, fundada em 16 de maio de 1940, desde o ano de 1980 priorizou as suas atividades no combate às drogas. Hoje, junto com outras tantas entidades que visam ao mesmo objetivo, a instituição concentra a sua atividade principal em projetos e programas consistentes, bem planejados e avaliados para o combate à droga.

Porto Alegre, para a desonra de todos nós, é a Capital brasileira com maior índice de consumo de drogas, e nós somos instados e, ao mesmo tempo, convocados para esse combate da droga em todo o Brasil, mas, de modo especial, aqui no Rio Grande do Sul, nas escolas e em toda a parte onde nós podemos atuar. Precisamos de ajuda, precisamos de voluntários, de recursos financeiros para levarmos adiante os nossos projetos. É preciso resgatar a cidadania de nossos irmãos, cidadania que possibilite a participação consciente e ativa de todos no processo solidário para o bem comum. A cidadania deve ser uma construção permanente, uma conquista cotidiana. Cidadania se faz e se exerce, ninguém é solidário sozinho, mas junto com os outros. A solidariedade exige de nós, prezados amigos, esforço sério e vontade sincera de aproximarmo-nos da realidade dos outros, principalmente dos pobres.

As conclusões da III Conferência Episcopal Latino-Americana insistem na atenção aos pobres e às suas justas aspirações. Sempre que a Igreja se aproximou dos pobres, foi uma Igreja com características evangélicas e, portanto, teve credibilidade, e o mesmo diga-se de uma congregação religiosa, o mesmo diria da nossa própria congregação, sempre que se aproxima dos pobres ela demonstra credibilidade.

Albert Einstein, o grande físico, num discurso aos jovens, disse: “A vida vale a pena de ser vivida, quando é doada aos outros.”

Reitero o sincero agradecimento ao amigo e atuante Ver. Aldacir Oliboni e a todos aqueles que aqui se expressaram sobre aquilo que pude fazer e aquilo que, quem sabe, eu deveria ter feito. A todos eles o meu agradecimento. Como dizia, agradeço de modo especial ao Ver. Aldacir Oliboni pela nímia bondade em propor meu nome para a homenagem que acabo de receber, bom como aos ilustres edis desta Casa, pelo apoio à proposição e a todos os convidados que assistiram ao ato.

Entendo que Vereador é qual atalaia, que olha e percebe a situação dos munícipes, sentindo suas aspirações, suas dificuldades, alegrando-se com as vitórias de cada um e excogitando maneiras práticas de ação que solucionam situações em que a cidadania ultrajada prejudique os menos aquinhoados da fortuna e os exclua do processo de desenvolvimento. Vossas Senhorias são os vigilantes atenciosos, promotores do bem comum.

A CNBB lançou um projeto importante, como superar a fome e a miséria. Todos somos instados a participar desse mutirão, independente de partido político, de credo religioso, de raça ou de cultura. Quando a vida corre perigo, quando um irmão nosso não tem vida digna, todos devemos nos unir.

Concluo com duas citações da Bíblia, de São Paulo: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-o pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rom. 12,2.)

São Paulo continua falando aos filipences: “Exercei a cidadania, acima de tudo, de acordo com o Evangelho de Cristo, lutando juntos pela fé que vem do Cristo.”

Termino com uma palavra muito importante do meu Santo fundador, São Marcelino Champagnat -, ele de certa forma diz ou traduz o que dizia Rui Barbosa a respeito da felicidade -, fazendo a seguinte reflexão: “Quereis ser felizes, procurai tornar os outros felizes.” Sentença que vale para cada um de nós, certamente vale também para todos que me escutam, e termino dizendo: a preocupação dos edis desta Casa, por acaso, não é procurar a felicidade de todos? É isso que V. Ex.as procuram e por isso os nossos parabéns e a todos o meu muito obrigado por esta homenagem imerecida, que, ao mesmo tempo, como dizia o Ver. Antonio Hohlfeldt, que me comove e me enternece, mas, ao mesmo tempo, me provoca para fazer ainda mais pelos outros e, principalmente, por aqueles que não têm vez no desenvolvimento.

Digo mais, falo de modo especial aos professores e alunos da nossa Universidade: o conhecimento que não é partilhado com os outros não tem sentido. Só vale a pena o conhecimento quando ele é partilhado e partilhado, de modo especial, com aqueles que têm menos oportunidade, para que todos possam sentar à mesa e todos possam ser partícipes do banquete da vida. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos registrar a presença, além dos Vereadores que falaram, do Ver. Pedro Américo Leal e do Suplente Ver. Mauro Zacher.

Irmão Avelino Madalozzo, prezado Irmão Norberto Rauch, Cidadão de Porto Alegre, por falar em Cidadão de Porto Alegre também já foi citado, mas queremos ressaltar o Irmão Antônio Cechin. Registramos a presença do Frei Fausto e do Frei Aquiles, ambos capuchinhos, mostrando que os capuchinhos e maristas estão sempre juntos. Um carinho especial ao Frei Fausto, porque, há mais de 30 anos, o conheço. Registramos também a presença do Dr. Francisco Camargo Neto, Diretor da Faculdade de Educação Física da PUC, bem como a presença de Pró-Reitores, Diretores, professores, funcionários, familiares e amigos do Irmão Avelino.

O Irmão Avelino hoje havia falado com o Ver. Aldacir Oliboni, e eu não estaria nesta Sessão, estaria em Cidreira para inaugurar, juntamente com o Governo do Estado, a nova sede da UERGS. Confesso que o chamamento a sua pessoa foi mais forte; o Ver. Aldacir Oliboni sabe disso, quando brincou: “Garcia, com o Irmão Avelino, tu vais fazer isso?” Eu estou aqui, Irmão, porque o senhor é uma daquelas pessoas que conhecemos há tanto tempo; o senhor é um daqueles que podemos dizer que veio realmente para servir; o senhor é uma daquelas pessoas que sabe muito bem viver em comunidade. Nós sabemos que conviver o dia-a-dia em comunidade não é fácil, porque começamos a conhecer as virtudes e os defeitos de cada um, mas o senhor é um daqueles que eu posso também dizer que tem duas orelhas como virtude, porque sabe ouvir. Aqueles que circulavam na PUC e sempre tinham uma palavra de consolo e carinho; isso é raro, isso aos poucos está se perdendo neste mundo moderno, no mundo em que as pessoas não querem mais saber de ouvir. “Eu quero cuidar de mim mesmo.” “O que me interessa o problema dos outros?” O senhor tem essa virtude e tem que passá-la para os outros, por isso, carinhosamente, eu coloquei essa questão das duas orelhas pela sua virtude.

Falo da sua bondade e dessa opção pelo pobre, essa opção marista, sei do seu trabalho na questão da Fátima, no Bom Jesus, aquela população ali lhe adora, porque é um daqueles que estendeu, como nunca, a mão, que conseguiu dar aos poucos um outro sentido de vida para aqueles mais necessitados, sem contar essa missão da Cruz Vermelha. Realmente, hoje, a droga é uma das questões que mais avassala o mundo e que, de maneira impiedosa, está vencendo uma batalha que nós, como sociedade, temos que enfrentar.

Por isso, Irmão, em nome da Câmara Municipal de Vereadores, em nome dos 33 Vereadores, porque foi de forma unânime, reconhecemos o seu trabalho. O Ver. Antonio Hohlfeldt foi muito feliz, quando disse que esse prêmio não é só de Porto Alegre, mas do Estado do Rio Grande do Sul. Gostaria também de agradecer ao Ver. Aldacir Oliboni, mas faço esse agradecimento com um pouco de mágoa, porque deste título, eu gostaria de ser o proponente. A PUC está bem representada nesta Casa, pois há dois Vereadores que, de forma marcante e atuante, estão sempre defendendo a causa dos Irmãos Maristas. Então, para nós representantes desta instituição, como representantes da Câmara Municipal de Porto Alegre, é uma honra, é uma alegria, nesta tarde chuvosa, participar deste momento de entrega do Troféu Honra ao Mérito ao senhor. Receba o nosso abraço, o nosso carinho e, principalmente, o reconhecimento por este seu trabalho que irá continuar dando frutos.

 

(Procede-se à entrega de flores ao homenageado.)

 

Convidamos a todos os presentes para ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h24min.)

 

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